Embora a redução de postos de trabalho em 2017 tenha sido menor do que os indicadores registrados no ano anterior, o quadro apresenta uma sinalização da recuperação econômica, avalia o presidente da ACIJS Giuliano Donini. Segundo dados do Ministério do Trabalho, que tem como base o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o país fechou 20.832 postos de trabalho no ano passado e, mesmo com a retração, o resultado foi melhor do que o registrado em 2016, quando o saldo ficou no vermelho em 1,3 milhão de vagas, e em 2015, quando 1,5 milhão de brasileiros perderam seus empregos.
Para o Ministério do Trabalho, a redução é equivalente à estabilidade do nível de emprego formal, confirmando os bons números do mercado na maioria dos meses do ano passado e apontando para um cenário otimista neste ano que está começando. Os dados do CAGED mostram que algumas cidades aceleraram as contratações, como é o caso de Joinville, que criou 5.588 vagas no acumulado do ano passado, abertas principalmente pelo setor de serviços, e ficou na liderança nacional de geração de empregos em 2017.
Divulgados na sexta-feira, dia 26, os indicadores colocaram Santa Catarina como o Estado que mais gerou emprego no Brasil, com saldo de 29.441 postos de trabalho formais. Para o presidente da ACIJS, é muito importante que o Brasil retome a sua capacidade de gerar empregos de forma consistente, assegurando aos trabalhadores todos os seus direitos. “Indicadores positivos sempre trazem uma expectativa de melhor desempenho da economia, não somente do ponto de vista do aquecimento da atividade industrial como também pela melhoria no consumo porque esta movimentação de recursos dá sustentabilidade ao País”, afirma Donini.
Para o empresário, os indicadores sinalizam um momento importante para o Brasil, com a desaceleração do fechamento de postos de trabalho, demonstrando uma recuperação da economia, ainda que de maneira lenta. “O cenário macroeconômico vem mostrando alguns momentos mais animadores, embora em muitos casos em setores específicos de maneira mais expressiva, mas é importante que não perca de vista desafios que temos pela frente, principalmente quanto às reformas estruturantes que são necessárias para a reafirmação do quadro econômico”, assinala.
O presidente da ACIJS lembra que o ambiente político tem pressionado sobre o econômico e tangenciado a capacidade de recuperação. “As concessões que têm se estabelecido como moeda de troca para viabilizar reformas não ajuda em nada no objetivo maior. Enquanto não chegarmos a um equilíbrio entre o que se arrecada e o que se devolve para a sociedade principalmente em infraestrutura que dá suporte ao crescimento econômico, alcançar uma condição de pleno desenvolvimento é uma tarefa cada vez mais difícil. Não há mais espaço para um Estado tão grande e oneroso, cuja manutenção da máquina administrativa absorve recursos que poderiam estar sendo aplicados no estímulo do crescimento”.
Em relação aos indicadores positivos de Santa Catarina, o empresário destaca a condição diferenciada do Estado, como sua matriz econômica diversificada, que permite a setores produtivos posições melhores em relação a outros centros.