Habilidade de compreender as tendências e como entender as influências de contextos no entorno dos negócios, ter em si próprio a primeira atitude de mudança como valor cultural capaz de promover engajamento, são atributos que se esperam para as lideranças nas organizações.
O tema pautou mais uma edição do Encontro Empresarial da ACIJS, nesta segunda-feira (25), com a participação de especialistas da Korn Ferry, empresa internacional de consultoria com foco na criação de estruturas, funções e responsabilidades nas organizações. O evento, no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul, reuniu empreendedores e profissionais das áreas de gestão de pessoas, evidenciando os desafios que cercam o ambiente corporativo e a necessidade de equipes comprometidas com o sucesso de empresas, independente de segmentos e do porte do negócio.
Para a presidente da ACIJS, Ana Clara Franzer Chiodini, o assunto tem grande relevância e motiva a entidade em promover discussões que agreguem conhecimento aos associados e empresas da região. Não só por meio de uma agenda de eventos como Encontro Empresarial, a entidade conta com programas de mentorias, de trilhas temáticas com ênfase em áreas corporativas, de educação executiva e outras ações voltadas à melhoria da gestão – informações sobre a grade completa de soluções estão disponíveis em www.acijs.com.br.
O tema do painel “Preparando a Liderança para o Futuro” foi abordado por Paulo Pássaro, consultor de talentos, e Adriana Rosa, consultora de cultura, e a mediação de Fernando Guimarães, líder de estratégia organizacional para a América do Sul.
>>> Confira alguns momentos do painel no Encontro Empresarial da ACIJS.
– fotos de CAROLINE STINGHEN
Paulo falou sobre a importância do líder observar as tendências que cercam o mercado, influenciado por movimentações políticas e econômicas, modelos de negócio, disponibilidade de talentos e convergência tecnológica, entre outros aspectos, buscando com isso entender os contextos dos cenários e suas influências nas organizações.
Ele indica que um novo perfil de liderança é requerido, em pesquisa realizada em 2019, véspera da pandemia. Como resultado da pesquisa junto a 153 mil participantes em 64 países, relacionando questões como inovação, exposição na mídia e performance, engajamento e clima organizacional, ele deve sobretudo “disruptar” a si mesmo, de forma a liderar no contexto de mudanças hiper dinâmicas. O conceito de líder capaz de levar as empresas a se adaptarem, colaborarem e desempenharem além das expectativas. “Se este líder não se antecipar, vai ser cada vez mais difícil dirigir uma organização. Se ele não tiver uma direção clara, há mais dificuldades de se adaptar”, explica.
Adriana Rosa, abordando o assunto do ponto de vista da cultura organizacional, assinala a importância de se pensar na evolução que cada um busca para si mesmo. É preciso, segundo ela, pensar na mudança não como fortaleza, mas como um sistema que está conectado ao resultado do negócio. Neste aspecto, aponta, não há neutralidade quando se fala em cultura. “Qualquer comportamento, se o líder toma ou não uma posição, isto já reflete um comportamento cultural”, explica, conceituando que cultura é a maneira como se faz algo, uma ponte entre estratégia e execução.
Outra pesquisa realizada com executivos, mostrou segundo ela que 84% dos respondentes considera que a alavanca mais importante para uma mudança na cultura organizacional depende do comportamento de quem lidera, destacando como atributos a capacidade de individualmente ser um ‘transportador’ de cultura, de atuar como coach junto ao time e um mobilizador na organização. É um momento, segundo ela, de responsabilização de cada um, para que se tenha mudanças a partir da atitude individual, que leva a uma mobilidade cultural. “Quando uma empresa tem uma atitude que impacta na sua cadeia, ela move não só esta cadeia, mas pode mover uma cidade e até um país”, pontua.