Aprender com o erro, tirar das estratégias nem sempre bem-sucedidas oportunidades de melhoria e até mesmo redirecionar negócios. A atividade empreendedora implica correr riscos e a ousadia pelo exercício da aprendizagem deve ser constante.
Para o presidente da ACIJS e do Centro Empresarial de Jaraguá do Sul, Luis Hufenüssler Leigue, um dos caminhos para se chegar ao sucesso em qualquer negócio é atuar como um ecossistema empreendedor, estabelecendo parcerias que agreguem aos portfólios da empresa e fortaleçam as cadeias de negócios como um todo. O caminho pode ser longo e árduo, assinala, mas conexões de propósitos fazem cada vez mais diferença para a sustentabilidade de um empreendimento, especialmente no atual cenário imposto por maior competitividade global e por mercados que se voltam à inovação e novas tecnologias.
A visão foi compartilhada pelo empresário durante bate-papo com integrantes do Núcleo de Jovens Empreendedores da ACIJS, na noite de terça-feira (20). Na conversa, em tom informal, Leigue falou da própria trajetória que seguiu desde a graduação na área da comunicação e os desafios até se tornar empreendedor e a participação no associativismo. Ressaltou o aprendizado como associado, a passagem por um dos núcleos empresariais da entidade, como vice-presidente na gestão anterior e, no período 2020-2021 como presidente da ACIJS, reconhecida como uma das entidades mais representativas do setor produtivo de Santa Catarina.
Para Leigue, se a entidade alcançou um conceito de mobilização empresarial que é referência no País, isso se deve ao histórico de engajamento das diretorias que conduzem a ACIJS há mais de 80 anos e a participação de associados não somente com os temas identificados com a iniciativa privada, mas também por sua efetiva participação na comunidade. Um exemplo é a mobilização da entidade como uma das primeiras ações estruturadas visando o enfrentamento à pandemia do coronavírus na região, além da presença em apoio à áreas como saúde, educação e segurança pública, e nas reivindicações mais atenção à infraestrutura, entre outros setores.
Pensar como ecossistema e não como um “egosistema”
Destacou a importância de iniciativas como os núcleos agindo como ação convergente da entidade, no sentido de agregar mais valor às expectativas de cada empreendedor. Os núcleos se caracterizam pelo relacionamento de empresas que podem ser concorrentes no mercado, mas na organização setorial somam forças em pautas de interesse comum.
“Pensar sempre que fazemos parte de um ecossistema, e não como ‘egosistema’, nos ajuda a ter uma percepção de cadeias de negócios fortes em que todos podem crescer. Entender as diferenças de cada um e como um pode complementar o outro, gera um processo de crescimento para todos na medida em que são estabelecidas conexões e oportunidades de conhecimento”, acentua. Entende que o empreendedor não deve se prender a eventuais erros e sim ter a capacidade de resiliência na busca de alternativas para seguir em frente. “Há mais oportunidades com as falhas, se enfrentarmos o caos, do que se prender a uma ideia de sucesso eterno”.
Para o líder do Núcleo de Jovens Empreendedores, Eduardo Rillo, compartilhar boas práticas de gestão e visões diferentes, mas com objetivos comuns de articulação no ambiente do associativismo ou do dia a dia das empresas, traz muitos ganhos para todos. Segundo ele, como o NJE reúne profissionais e empresários de diferentes segmentos, as reuniões internas dos nucleados, encontros com lideranças e outros eventos fazem parte de uma agenda cumprida durante o ano, com foco na aproximação de interesses e com isso unificar objetivos.