Pensar as ações de maneira integrada, buscando a profissionalização para oferecer soluções que atendam cada vez mais as necessidades do mercado. Com este foco, o Núcleo de Marketing e Comunicação da ACIJS e APEVI promoveu, na segunda-feira (20), painel que discutiu caminhos para agregar mais qualidade no atendimento às demandas da indústria e do varejo na região.
O painel reuniu representantes das áreas de educação, da indústria, varejo, veículos e agências. Eliane Doin, professora universitária e pesquisadora da área, destacou a proposta da iniciativa como uma oportunidade de promover reflexões e provocações sobre os vários eixos que norteiam a atividade num ambiente cada vez mais pautado pela tecnologia e inovação.
“É um debate que não se esgota na medida em que o ecossistema formado pelo marketing e comunicação se desenvolve na região. É importante pensarmos se estamos percebendo estas mudanças e atendendo às demandas, se as instituições de ensino superior estão atentas às transformações, se agências, produtoras, empresas, estão entendendo e acompanhando na mesma velocidade e de maneira alinhada às demandas do mercado”.
Para o presidente da ACIJS, Anselmo Luiz Jorge Ramos, num cenário em que desafios que são colocados às empresas diariamente, é fundamental analisar como potencializar um investimento em mídia. “O debate é importante porque traz visões diferentes sobre as novas formas de comunicação, de percebermos os impactos e extraindo deste momento ensinamentos”.
Ao lado da mediadora Eliane Doin, participaram como painelistas Ary Carlos Pradi (empresário, diretor da Sol Sports), Fernando Parizotto (publicitário que atua nas rádios 105 FM e Supernova FM), Nelson Martins de Almeida Netto (professor universitário, coordenador dos cursos de Design e Design de Moda na Católica de Santa Catarina), Olímpio Couto (superintendente do Jaraguá do Sul Park Shopping) e Ricardo Rodermel (CEO e fundador das agências Oodles e Publico Digital e cofundador e mentor da Spin Aceleradora).
O painel marcou o início de atividades do Núcleo, que antes reunia agências e agora passa a contar com a participação de profissionais de todas as áreas ligadas ao marketing e a comunicação. O objetivo do novo formato, explicou, é pensar marketing e comunicação para todos os segmentos e não apenas como um setor específico.
Opiniões dos participantes
“Cada vez mais é preciso pensar de maneira estratégica e sistêmica, utilizando as ferramentas de acordo com os públicos de interesse e com os objetivos dos clientes que buscam soluções para os seus projetos. Há uma necessidade de integração para que se construa algo em comum que vai refletir no mercado, de entender que a comunicação digital e a física caminham juntas, sempre pensando em oferecer ao cliente ferramentas ajustadas às suas necessidades”. (Eliane Doin, professora universitária e pesquisadora).
“É preciso motivar o estudante em aspectos diretamente relacionados com a competência que lhes será exigida no mercado, como inteligência emocional, o trabalho em equipe, gestão de pessoas, criatividade, orientação para o cliente, pensamento crítico, resolução de problemas complexos, tomadas de decisão, capacidade de negociação, e a flexibilidade cognitiva, que lhe dará capacidade de articular todas as competências dentro das exigências do mercado. Estas atribuições estão muito mais vinculadas à capacidade do profissional se relacionar do que propriamente a operação de uma ferramenta especificamente, de repetição. Este formato até então estava mecanizando muito o processo, mas, a partir do momento em que se desenvolve experiências, o estudante irá melhorar as suas competências e aplicá-las de uma forma real”. (Nelson Martins de Almeida Neto, professor e coordenador de cursos)
“A comunicação precisa ser assertiva para que ajude a fortalecer a marca, que é algo que leva muito tempo para se construir. Este é o primeiro ponto que se deve levar em consideração, é algo que o profissional de marketing deve perceber porque, caso contrário, haverá uma desconstrução daquela marca. A partir desta realidade se construirá toda a comunicação, independente do formato da comunicação se utilizará. Isto dará a comunicação integrada, de outro modo haverá são espasmos de criatividade. Isto não está nos computadores, está nas pessoas”. (Ary Carlos Pradi, empresário)
“A profissionalização começa pelo reconhecimento de que o nível de dificuldade da área da comunicação aumenta quando se tem a fragmentação da atenção ao cliente. Temos um consumidor cada vez mais individualizado, e isto trouxe um desafio maior para as empresas da área de comunicação, e isto deve nos levar a questionarmos como tornar mais assertiva na comunicação com o mercado. Se antes havia uma divisão entre as empresas que compunham o ecossistema, de empresas on-line e off- line, que às vezes conversavam entre si, hoje isto é diferente por conta da realidade do mercado, que se tornou mais exigente. Passou-se então a pensar no negócio do cliente, na marca, e o desempenho que ela possa ter neste mercado. O objetivo do núcleo é promover esta reflexão, a união deste ecossistema”. (Ricardo Rodermel, coordenador do Núcleo de Marketing e Comunicação)
“Hoje você precisa atender em todos os canais, não existe mais esta divisão entre o físico e o digital, a comunicação precisa estar bem direcionada, as empresas definem suas estratégias de posicionamento para, com isto, buscar um resultado positivo”. (Olímpio Couto – superintendente do Jaraguá do Sul Park Shopping)
“Quando a comunicação passou a ser mais on-line, o meio rádio imaginou que isto traria mais dificuldades. Na prática se percebeu que era possível conviver com os dois formatos de comunicação. No começo estas duas mídias não se comunicavam, até percebermos que o digital poderia ajudar o meio rádio. Hoje o rádio não vende mais propaganda, vende ideias, conteúdos. É um novo formato que pode oferecer uma solução ao mercado e ao cliente final. Muitas vezes há clientes que desejam dar um tiro de canhão e nem sempre alcançam o objetivo, falta foco no que se deseja atingir com uma propaganda. O mercado também passou a reconhecer a qualificação do meio e isto faz com que a remuneração comece a melhorar. Temos responsabilidade como veículo, como agência, até mesmo os novos profissionais que estão se formando, de sermos sinceros com o cliente de que não existe milagre em mídia”. (Fernando Parizotto e profissional de rádio)
Confira a íntegra do painel acessando: https://youtu.be/wMiScyj2Rnw