O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (18) a redução da taxa básica de juros – a Selic – em 0,5 ponto percentual. Com isso, a taxa cai de 6% para 5,5% ao ano que, segundo o Copom é compatível com a convergência da inflação para a meta. Este ano a meta de inflação é de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%).
O presidente da ACIJS e do Centro Empresarial de Jaraguá do Sul, Anselmo Luiz Jorge Ramos, avalia que a decisão reflete um quadro ajustado com o panorama do País em relação à inflação. O empresário assinala que a medida considera que a economia ainda mantém um crescimento abaixo do potencial que o Brasil oferece, porém, reforça que a política monetária se mantém de forma a estimular os agentes econômicos. “Embora exista uma ociosidade em relação à plena capacidade de retomada da economia, a expectativa de uma inflação de 3,5% a 4% para os próximos anos de certa forma demonstra um certo controle e isto é positivo para que o otimismo se mantenha”, comenta.
Por outro lado, Anselmo Ramos entende que o avanço nas reformas como a da Previdência e a tributária, ao lado de outras medidas, deve trazer ainda mais confiança ao mercado, mas é preciso que a sociedade acompanhe o encaminhamento destas negociações no Congresso para que elas se efetivem e com isto o País retome sua plena capacidade. Outro aspecto que deve ser sempre ponderado, assinala, são as influências na economia mundial, que sempre podem trazer reflexos em questões como o câmbio, por exemplo. “É preciso continuar acompanhando este quadro que, se de um lado mostra uma recuperação lenta e gradual, de outro demonstra que ela é consistente”.
A última pesquisa do Banco Central havia mostrado que era expectativa do mercado que o Copom mantivesse o ciclo de redução na Selic e fizesse o corte anunciado nesta semana. O comitê disse que, pelo cenário atual, a trajetória de juros deve encerrar 2019 em 5% ao ano e permanecer nesse patamar até o final de 2020.
Em comunicado, o Copom também reiterou a necessidade de avanços nas reformas estruturais da economia brasileira para que os juros permaneçam em níveis baixos por longo tempo. “O Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”, diz o comunicado.
De acordo com boletim divulgado pelo Copom, o cenário econômico sugere uma retomada do processo de recuperação da economia brasileira, que deverá ocorrer em ritmo gradual e uma inflação na casa dos 3%. “As expectativas de inflação para 2019, 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,5%, 3,8%, 3,75% e 3,5%, respectivamente”, informou o Copom. O Copom disse também que espera que o dólar termine o ano de 2019 valendo R$ 3,90 e que permaneça nesse patamar até o final de 2020.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Para cortar a Selic, o Copom precisa estar seguro de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.
A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
[Com informações da Agência Brasil / EBC – Empresa Brasileira de Comunicação]