Seminário de Longevidade deixa lição de respeito à idade, cuidado com saúde e engajamento social
Assegurar a longevidade com qualidade de vida é um desafio para a sociedade, impondo na atual e futuras gerações a necessidade de maior respeito e atenção às consequências do avanço da idade, aos cuidados com a saúde e no fortalecimento de valores humanos e experiências acumuladas.
A reflexão foi deixada pelos participantes do IV Seminário de Longevidade que o Núcleo de Saúde e Bem-Estar da ACIJS realizou no dia 18, com o propósito de disseminar conceitos que estimulem a melhor qualidade de vida da comunidade.
O evento reuniu no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul três convidados que expuseram suas percepções sobre o tema central “Os desafios da longevidade”, abordando cuidados com a saúde e compartilhando experiências que contribuem para uma vida mais equilibrada e de melhor qualidade.
Participaram o médico de família Michel Jorge de Oliveira, expondo o ponto de vista da medicina; o empresário Vicente Donini, ex-presidente e membro do Conselho Superior da ACIJS, apresentando a experiência pessoal e a visão empresarial sobre o assunto; e a voluntária Everli Teresinha Klein da Silva, demonstrando como a atuação em programas sociais podem contribuir para contribuir por meio da espiritualidade e do senso de pertencimento à comunidade. As palestras tiveram a mediação de Tatiana Krawulski, membro do Núcleo.
O evento teve o patrocínio da Athina Administradora e Corretora de Seguros, Dalila Têxtil, Equilíbrio Academia, Estácio/Idomed, Hospital São José, Levmed, Naturale Produtos Naturais, Receituário Farmácia Magistral e Urbano. Em sua quarta edição, o seminário foi realizado no formato híbrido, com a presença de público no CEJAS, respeitando os protocolos sanitários em função da pandemia, e transmissão online pelo canal da ACIJS no YouTube. Como forma de ampliar a acessibilidade a deficientes auditivos, o evento contou com tradução pelo método Libras.
“É preciso refletir sobre a atenção ao idoso”
Para o médico Michel Jorge de Oliveira, a sociedade precisa repensar o sentido de coletividade e a atenção às pessoas com idade mais avançada. Abordando o tema do ponto de vista da medicina e da experiência como médico de família, o especialista analisou o quadro da saúde no período que antecedeu o surgimento do coronavírus e as consequências da pandemia. Apresentou dados sobre a expectativa de vida de homens e mulheres em 2010 e 2020 e as projeções para os próximos anos.
“O processo de vida e de envelhecimento da população é irreversível e progressivo, é um movimento global com impactos a toda a sociedade”, aponta o médico. Ele cita a preocupação do ponto de vista humanista, sobre como os idosos são reconhecidos por suas próprias famílias e na comunidade, muitas vezes sem respeito e a atenção que merecem, mas também observando o custeio para se manter estruturas de atendimento, via sistema público de saúde e previdenciário, entre outros aspectos.
Segundo ele, os estudos mostram que a população idosa foi a mais afetada pela pandemia, com consequências desde a perda de renda para quem mantinha alguma atividade remunerada e precisou cumprir o isolamento, à própria vulnerabilidade afetada pele vírus ou por doenças crônicas que se agravaram na medida em que perderam oportunidades de socialização. “Saúde não é apenas uma condição física, biológica, mas a condição mental, social e espiritual. Se o distanciamento obrigatório trouxe o seu lado positivo, com a possibilidade de diminuir o crescimento dos casos de Covil, o afastamento de pessoas idosas com atividades sociais trouxe consequências porque essas pessoas passaram a se sentir inúteis, rejeitadas, solitárias”.
A solidão é uma das principais causas de depressão e de demência, mas também por mortes causadas por infarto agudo, reitera Michel. O desafio, sublinha, é estimular o idoso a ter uma vida ativa e conscientizar as pessoas mais velhas de que mesmo com um cenário ainda indefinido em relação à pandemia, com o avanço da vacinação e os cuidados que devem ser tomados é possível manter atividades e não se infectar. “Os idosos estão abandonados, se tornaram pessoas invisíveis e estão sendo deixados de lado pelos mais jovens. É preciso refletir sobre a atenção ao idoso”, completa o médico.

“O ‘Fique em casa’ foi criminoso “
Na visão empresarial, as dificuldades são uma oportunidade de aprendizado e melhoria. Com essa percepção, o empresário Vicente Donini lembrou que os objetivos de qualquer empreendimento deve ser sempre a geração de riquezas como forma de promover o bem-estar das pessoas. Donini disse que em uma crise deve-se pensar em ‘como sair de uma situação melhor do que se entrou’. Para ele, não há como imaginar desenvolvimento e riqueza de uma comunidade sem a existência de indicadores de bem-estar físico, cuidando do corpo e da mente das pessoas.
“O trabalho deve ser um momento de felicidade, de prazer. A mente tem de estar permanentemente ocupada e a alma trazer o sentimento de espiritualidade. Quando conseguimos esse equilíbrio, somos longevos”, descreve o empresário de 79 anos, que mantém plena atividade produtiva aliada a prática esportiva e envolvimento comunitário.
Citou iniciativas na comunidade, lideradas pela ACIJS como o projeto Jaraguá 2010 que mobilizou diversos setores da sociedade em torno do planejamento futuro da cidade, com ações pautadas na sustentabilidade econômica e na qualidade de vida e bem-estar da população, e mais recentemente o Jaraguá Mais Saudável, também alinhado aos mesmos objetivos e apoiado ainda no engajamento por um melhor estilo de vida dos moradores, refletindo em maior longevidade.
Para o empresário, o enfrentamento da pandemia deixa lições importantes. “O distanciamento social, os hábitos de higiene são básicos, a vacinação ajuda muito, são cuidados necessários para evitar a disseminação do vírus, mas o isolamento e o ‘Fique em casa’ foi criminoso. A pandemia foi criminosamente politizada e causou um mal muito grande para a saúde, há uma perda que ficará para décadas”.

“A espiritualidade torna o coração mais paciente”
A dona de casa Everli Teresinha Klein da Silva, que atua como voluntária na Oficina de Oração, falou sobre a experiência de propagar o sentimento de fé e espiritualidade na ajuda às pessoas por uma qualidade de vida melhor.
“A espiritualidade é um processo, não é algo que acontece de uma hora para outra”, explicou, ao comentar a atuação da instituição fundada pelo frei capuchinho espanhol Ignacio Larrañaga, como um serviço de animação eclesial para fortificar a fé. O serviço é aberto a todas as pessoas independentes de seu credo religioso, e está presente em vários países.
Para Everli, atuar como um guia tem sido uma forma de enfrentar o dia a dia. “A oração e a espiritualidade ajudam muito na longevidade, torna o coração mais paciente e leva a uma aceitação maior porque aprendemos a olhar a vida de uma maneira melhor”, diz.

>>> Confira a íntegra do IV Seminário de Longevidade >>

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