A falta de linhas de crédito com juros mais acessíveis e o excesso de burocracia são alguns dos principais obstáculos para a sustentabilidade de pequenos negócios. A afirmação foi feita por Alcides Andrade, presidente da Federação das Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (FAMPESC), durante palestra na plenária da ACIJS e APEVI na segunda-feira, dia 30, no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul.
O empresário falou sobre os avanços e desafios para o segmento, que hoje é um dos principais empregadores do Estado, diante de um cenário de desaquecimento da economia. “A grande maioria das pequenas empresas não consegue crescer ou fica no meio do caminho e permanece cumprindo a sua função social de gerar emprego, mas sem maiores perspectivas de se tornarem grandes”, comentou Alcides. Este quadro é fruto, ressalta, da ausência de políticas públicas que de fato estimulem o desenvolvimento das MPEs.
O presidente da FAMPESC lembrou que a Constituição Federal estipula que as micros e pequenas empresas devem receber tratamento diferenciado e favorecido, seja na concessão de crédito, seja na flexibilização da legislação. Porém, na prática não é isto que ocorre.
“Mais de 60% dos empregos em Santa Catarina são gerados pelas micros e pequenas empresas, mas, ainda assim, o setor se ressente de melhor atenção. Num momento como este em que a empresa brasileira precisa investir na inovação e alcançar maior competitividade, o segmento é estratégico para a retomada do crescimento econômico com sustentabilidade”.
Alcides Andrade assinala que as empresas, de modo geral, convivem com os efeitos de uma instabilidade política e econômica, com insegurança jurídica e um mercado sem poder de crescimento. “Neste cenário, as grandes empresas têm mais possibilidades de reagir à crise, enquanto as pequenas sofrem os efeitos de maneira mais direta, enfrentando a burocracia, dificuldades de investimentos e uma baixa educação formal de seus trabalhadores, o que a impede de melhorar qualificação de seus produtos e serviços”.