Notícias 24 set, 24

Evento reuniu lideranças e oportunizou importantes debates sobre gestão corporativa e sustentabilidade empresarial

ACIJS comemora sucesso do 1º Summit Empresarial e projeta próxima edição

Inspiração, aprendizado, compartilhamento de ideias e fortalecimento de relacionamentos nas organizações. Este foi o saldo positivo do 1º Summit Empresarial organizado pela ACIJS no dia 19, com a participação de mais de 400 pessoas entre associados, convidados e o público em geral, debatendo temas relevantes do ambiente corporativo como governança, cultura organizacional, inovação, liderança e a agenda ESG, entre outros assuntos.

A programação contou com a presença do professor, escritor e palestrante Luís Lobão, especialista em governança corporativa e estratégia empresarial, e de líderes regionais como Gabriela Rizzo (CEO do Grupo Malwee), Alberto Kuba (CEO da WEG) e Monika Hufenüssler Conrads (conselheira e membro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

Além de painéis e palestras, o evento apresentou o case de governança e sucessão familiar da IPEL – Indaial Papeis, empresa do Vale do Itajaí. Com o tema “Juntos para inspirar inovação e evolução”, a programação abordou estratégias para assegurar a longevidade dos negócios, rentabilidade com eficiência, para a maior competitividade e criação de ambientes favoráveis à sustentabilidade financeira e contribuição ao desenvolvimento econômico e social.

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Fotos Rodrigo Arsego

“Empresa familiar e governança

No primeiro painel, abordando o tema “Empresa familiar e governança”, Monika Hufenüssler Conrads destacou o papel das estratégias de governança como uma jornada em que o negócio deve estar na frente dos interesses da família, ou de seu fundador. Ela cita o processo como importante porque nas empresas familiares o grau de sobrevivência até a terceira geração é de somente 5% dos casos. Como vantagens, aponta a proteção da família, a profissionalização e a geração de confiança e disciplina necessárias em processos que devem estar alinhados aos interesses do negócio.

“O objetivo é fortalecer o sentimento de solidariedade e de identificação com a empresa no sentido de consolidação de um projeto comum de longo prazo, de evitar e ajudar na solução de conflitos potenciais. É preciso ter acordos e regras, um diálogo que permite que a família encontre soluções antes que os conflitos aconteçam”. A experiência de gestão da IPEL foi apresentada para ilustrar o tema, com a participação do sócio e presidente do Conselho de Administração, Milton George Mantau, da sócia e conselheira Helena Mantau Lodetti, e da gestora jurídica e governance officer da empresa, Lucilene dos Santos, com mediação da vice-presidente de Educação e Desenvolvimento Empresarial da ACIJS, Juliana Rodermel. Milton e Helena destacaram que na empresa, uma das regras para que a governança venha ocorrendo com sucesso é a simplicidade na tomada de decisões.

“Negócios sustentáveis e o papel da liderança frente aos desafios de mercado”

O painel “Negócios sustentáveis e o papel da liderança frente aos desafios de mercado” reuniu os CEOs da WEG, Alberto Kuba, e da Malwee, Gabriela Rizzo, e mediado por Zélia Breithaupt Janssen, coordenadora do Capítulo Santa Catarina do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC.

Os executivos apresentaram as estratégias das duas empresas, posicionando como as lideranças devem ser motivadoras para um ambiente colaborativo que seja capaz de levar as organizações a um bom desempenho e de crescimento contínuo. “O segredo para o sucesso não é só talento, mas esforço e disciplina”, disse Kuba. Neste sentido, assinala, grande parte do sucesso no modelo de gestão é conciliar o desenvolvimento de pessoas com a aplicação da tecnologia, completando o círculo de formação em um ambiente colaborativo.

Gabriela Rizzo destacou a trajetória da Malwee e o compromisso histórico da empresa com a sustentabilidade ambiental e social. “É algo que faz parte da cultura da família e a empresa continua seguindo esta jornada, acompanhando a evolução do dia a dia, olhando os impactos ambiental, social e de governança”, disse a executiva. Conforme Rizzo, hoje mais de 80% dos produtos da Malwee são relacionados com os compromissos alinhados com as práticas ESG que, inclusive, recentemente mereceram reconhecimento nacional.

“Futuro ininterrupto: criando organizações longevas e competitivas”

Convidado a falar sobre o tema “Futuro ininterrupto: criando organizações longevas e competitivas”, o professor, escritor e consultor Luis Lobão aponta que um dos desafios que empresas enfrentam, cada vez mais, está relacionado com a incapacidade de desenvolver modelos de gestão que garantam um crescimento com sustentabilidade e perenidade dos negócios. “Cada vez mais, todo o crescimento das empresas terá de pender para o custo zero, sob pena de perda de competitividade”, citando indicadores que colocam o Brasil entre os de pior desempenho global.

“Hoje a competição não é mais entre concorrentes, e sim com o futuro. Há falta de lideranças capazes de entender o movimento do mercado. O líder deve ser cada vez mais inspirador, absorvendo o melhor das pessoas, seguindo princípios baseados em propósitos, ética, incentivo e empatia, estimulando suas equipes diante dos desafios enfrentados pelas empresas”. Ele diz: “Falta projetos de sucessão em cargos críticos nas organizações, pessoas ausentes de resiliência em momentos de crise. A governança é um fator importante para que gestores enfrentem as mudanças em um ambiente tecnológico”.

O especialista ressalta a necessidade do gestor saber lidar com paradoxos: ao mesmo tempo que deve buscar eficiência, precisa saber lidar com erros que gerem possibilidades de inovação, dar autonomia às equipes e do mesmo modo demonstrar um controle forte dos processos. “O sucesso do passado não vai assegurar sucesso no presente. Quem não conseguir equilibrar elementos de longo prazo e pensar somente no curto prazo, terá a longevidade do negócio comprometida e um crescimento não sustentável economicamente, que é um fator de vantagem competitiva”. Sobre o avanço da digitalização e o surgimento de inovações aplicadas à gestão e à produção, citando o uso de inteligência artificial, Lobão diz que o recurso não substituirá a mão de obra. “Só perderá seu emprego quem não souber utilizar a tecnologia”, completa.

Um dado apresentado por Lobão, do Fórum Econômico Mundial: 40% dos CEOs entendem que suas empresas não serão viáveis em uma década se não se transformarem e 75% das organizações não estão preparadas para o ritmo de mudanças na indústria.

Evento no calendário anual da entidade

O Summit ainda contou com a participação do líder do Núcleo de Eletrometalmecânica da ACIJS, Daniel Maiolino. O empresário destacou a atuação do grupo setorial, um dos mais antigos da entidade, no fortalecimento do segmento, por meio de atividades que visam a qualificação e a representatividade na cadeia produtiva, de forte tradição na região.

A presidente da ACIJS, Caroline Obenaus Cani, destacou que o evento oportunizou à classe empresarial compartilhar um conteúdo enriquecedor para uma gestão inovadora, frente aos desafios atuais e futuros. “Estamos muito felizes em oportunizar uma programação com esta qualidade para a nossa região, especialmente neste período em que as empresas definem suas metas e certamente poderão ter insights muito positivos. Nos preparamos muito para que esta primeira edição ofereça diferenciais importantes, e se torne mais um evento de sucesso na agenda da entidade”, ressaltou, anunciando a próxima edição já em 2025.

O presidente da FIESC, Mario César de Aguiar destacou a importância de agendas que fortaleçam no setor produtivo compromissos com o crescimento do estado, onde a indústria tem contribuição fundamental. Assinala que o estado tem grandes desafios a serem vencidos, mas que mesmo assim Santa Catarina vem se destacando em vários indicadores como referência nacional, entre eles o de segundo mais competitivo do Brasil. O presidente da FIESC lembrou o papel da indústria como indutora da economia catarinense, com 62 mil empresas que empregam mais de 900 mil trabalhadores e participando com produtos diversificados e atendendo mercados globais cada vez mais exigentes em qualidade.

Aguiar anunciou investimentos da FIESC na área da educação nas unidades do SENAI e SESI em Jaraguá do Sul, para atender a região do Vale do Itapocu. Acompanhando o presidente, estavam o diretor de Inovação e Competitividade José Eduardo Fiates e o diretor de Educação e Tecnologia, Fabrizio Pereira, além de representantes do SESI-SENAI na região.

O 1º Summit Empresarial ACIJS teve o patrocínio da FIESC, Bendito Transformação Digital, Olim Escola das Infâncias, Kienbaum, Stronit Cibersegurança, Cloud e Compliance, Ativa Medicina e Segurança do Trabalho, e Jovem Pan Jaraguá do Sul, e apoio da FACISC, SEBRAE, Vê Mais, Mime, Avatim, Vitalin e Unimed Jaraguá do Sul.



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