Lideranças da região Norte e Nordeste do estado debateram nesta quarta-feira (27), no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul – CEJAS, a situação da BR-280 e os impactos econômicos em função da falta de mais investimentos na duplicação da rodovia.
A definição de um planejamento integrado para o sistema de logística no estado foi apontada como uma medida urgente para que a região e o estado se tornem mais competitivos. Conforme o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, essa demanda está sendo apresentada aos governos estadual e federal, como forma de incluir Santa Catarina no plano nacional de logística e com isso sensibilizar principalmente junto ao Ministério dos Transportes a aceleração das obras de melhorias nas rodovias.
Para mobilizar a sociedade, a campanha BRs: SC Não Pode Parar, iniciativa da FIESC e do Grupo ND, lançará em novembro um abaixo-assinado digital que vai colher assinaturas em favor da aplicação de mais recursos para investimentos na malha rodoviária.
O presidente da FIESC lembrou durante o seminário que um dos principais gargalos na região está localizado no acesso ao Porto de São Francisco do Sul, mas reiterou a importância de investimento em todo o complexo viário utilizado para a entrada de matérias-primas e produtos manufaturados e no escoamento da produção de indústrias a outros centros.
Ele disse ainda que a BR-280 tem um papel fundamental para a economia porque está situada em uma região economicamente forte e a rodovia precisa ter a sua duplicação concluída o mais cedo possível.
O seminário mostrou a importância da região no entorno da BR-280 ao longo dos 316 quilômetros entre o porto e a cidade de Porto União, no Planalto Norte. Com uma população de 1,6 milhão de pessoas, no ano passado, somente nos municípios do trecho atualmente em obras, foram gerados cerca de R$ 19 bilhões em impostos federais e mais de R$ 5,5 bilhões em ICMS, representando um PIB (Produto Interno Bruto) superior a R$ 74 bilhões.
O presidente da ACIJS, Luis Hufenüssler Leigue, disse que a escassez de recursos para que a obra siga em ritmo mais acelerado inibe o desenvolvimento da região. A falta de retorno em infraestrutura representa, avalia, uma freada no crescimento da região, com a perda de negócios, capacidade limitada de escoar a produção, dificuldade para o morador se deslocar, aumentando os custos para toda a sociedade e trazendo riscos para a geração de oportunidades. “Com isso, corremos um sério risco de empresas migrarem e de ter uma perda de empregos, o que traz um impacto muito forte”, diz.
O empresário ressaltou a importância de pensar o sistema logístico do estado de forma integrada, mas buscando dar dinâmica aos projetos em andamento, como é o caso do trecho da BR-280 onde os serviços já estão mais adiantados. Ressalta que a diretoria da ACIJS tem o tema infraestrutura e, especialmente, o projeto de duplicação da BR-280, como pauta permanente, por meio de um um Grupo de Trabalho que vem atuando nas últimas gestões no acompanhamento e cobrança por mais agilidade da obra. “É importantes termos esse olhar para a infraestrutura geral no estado, sem perder o foco na urgência de acelerarmos os pontos mais adiantados da obra, como é o caso do trecho que corta a nossa região”, reforça Leigue. “Essa preocupação deve ser levada ao governo federal de que é mais viável acelerar etapas do que fazer a obra a conta gotas’.
O prefeito Antídio Lunelli também reiterou a importância de investimentos na infraestrutura que possam fortalecer a diversidade econômica da região. Lunelli destacou a iniciativa lançada em julho para discutir a situação das BRs 101, 163, 280, 282 e 470 e buscar soluções para melhorar a capacidade viária, a eficiência e a segurança das rodovias federais e suas ligações com a malha estadual.