Para o presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul, Anselmo Ramos, a decisão do governo ao reduzir investimentos em diversas áreas reflete um quadro que pode ter desdobramentos ainda maiores. Esta situação, avalia, está diretamente ligada à demora na definição de reformas como a da Previdência, que comprometem o ajuste fiscal
O empresário lembra que, para cumprir a meta fiscal, o governo só pode fazer cortes e, com isto, áreas essenciais para a retomada de investimentos que levem o País a um novo ciclo de crescimento econômico são comprometidas. “Se não há orçamento, já que os recursos são exauridos no custeio da máquina pública, sempre haverá menos sobras para o que verdadeiramente precisamos para fazer o Brasil avançar economicamente”, reitera.
A aprovação de reformas depende do Congresso, mas, na opinião do presidente da ACIJS, na medida em que os parlamentares não agilizam as votações, o impasse permanecerá. “Não existe milagre, a economia continua retraída e sem melhoria deste cenário, a arrecadação diminui e o governo continuará recorrendo a cortes para não ultrapassar o teto de gastos. Cabe aos deputados e senadores, inclusive os que representam Santa Catarina, trabalharem pela aprovação das reformas porque, caso contrário, cada vez haverá menos dinheiro para investimentos”.
Em relação à redução de recursos para obras como a duplicação da BR-280, a situação preocupa a classe empresarial. “Somos uma região com grande participação na arrecadação, mas continuamos em segundo plano quando se trata de investimentos em projetos estruturantes que poderiam trazer uma perspectiva melhor em desenvolvimento. Nem sempre, quando se decide prioridades nos investimentos, se leva em conta aspectos técnicos, ou o valor da nossa região para a economia do estado, e enquanto esta situação persistir continuaremos sem a atenção dos governos”, completa Anselmo Ramos.