Na sua primeira visita à região como vice-presidente eleito, o general Hamilton Mourão exaltou o que encontrou em Jaraguá do Sul. “Estou aqui no Brasil que trabalha e produz”, afirmou ao final da palestra para cerca de 450 pessoas no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul,onde esteve a convite da ACIJS.
Na fala durante o Encontro Empresarial da ACIJS, Mourão traçou um panorama do cenário internacional e os reflexos para a economia brasileira, citando desafios que o governo enfrenta para a retomada do crescimento econômico.”O governo precisa ser indutor do desenvolvimento, estimular a competitividade das empresas e olhar a questão social”, assinalou.
O presidente da ACIJS, Anselmo Luiz Jorge Ramos, destacou a importância da presença do vice-presidente e a oportunidade de Mourão conhecer uma região onde as empresas se dedicam e a comunidade está integrada.
“Acreditamos em uma grande aliança transversal entre setor produtivo, poder público e sociedade. Há uma capacidade econômica,mas sentimos a ausência do governo em relação à questão da infraestrutura”, citando a BR-280 como um dos grandes gargalos para que a região receba mais investimentos. “Temos uma via que está em obras de duplicação há anos, semperspectivas porque os repasses de recursos não são suficientes”.
Hamilton Mourão elogiou a mobilização da comunidade e as cobranças por mais investimentos públicos, dizendo que estas cobranças fazem parte da democracia e fortalecem o Estado. “Um país que não tem uma sociedade civil forte não funciona”. Tanto a união como os estados, salientou, há algum tempo não contam com recursos porque a arrecadação é comprometida com despesas da administração pública.
O vice-presidente enumerou oque considera passos fundamentais para que o País avance, destacando que o governo federal está pautado na retomada da confiança da sociedade. “O legado que queremos deixar para a sociedade é uma política de Estado, não uma política de governo, porque só assim o país terá um rumo”.
Dos desafios que o governo traçou para alcançar esta meta, explicou, estão questões como o ajuste das contas públicas e a busca de maior capacidade de investimentos. O governo traçou dois pilares que são o equilíbrio fiscal e a produtividade, destacando a reforma da Previdência como o primeiro deles, a reforma administrativa para diminuir o tamanho do Estado, a desregulamentação e a privatização de empresas, cuidando também de questões como o meio ambiente e a segurança pública.
“O Brasil tem menos produtividade porque o custo de produção é alto, são mais de 5 mil e setecentas legislações diferentes de tributos. Temos um pacote tributário de R$ 70 bilhões por ano, mas outros R$ 400 bilhões são estão na evasão ou na sonegação. É preciso simplificar a base de tributação, combater a sonegação e com isto aumentar a arrecadação, o que vai permitir reduzir a carga tributária”.
Privatizações e desregulamentações, disse o vice-presidente, também poderão melhorar a eficiência do Brasil. Há pelo menos 148 estatais que podem ser vendidas,fechadas ou se tornarem de capital misto. Para que estas medidas sejam aprovadas, explicou, é preciso que a sociedade participe, fazendo referência à atuação do Congresso Nacional e de setores representativos.