Exceções na reforma tributária dificultam implementação, afirmam especialistas, no Senado
A alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) poderá ficar entre 26% e 30%, após a implementação da reforma tributária. A previsão é do diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente do Senado, Marcus Pestana, que participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), na terça-feira (15). O valor da alíquota foi um dos pontos debatidos pela durante a audiência, que foi presidida pelo senador Izalci Lucas (PL-DF) e discutiu os impactos da transição e fiscalização da reforma tributária.
Ainda segundo o diretor da IFI, há estudos projetando até 35%, que o colocaria entre os maiores do mundo. O IVA não é um novo imposto, mas como se chama o modelo dos novos tributos criados na reforma tributária — Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) — e os percentuais citados referem-se à carga total.
“É impossível, hoje, determinar, cravar qual vai ser a alíquota. Quanto maiores forem as exceções, maior a alíquota de referência nacional, maior a complexidade do sistema’, explicou Marcus Pestana, diretor-executivo da IFI.
Ele ressaltou o grande número de exceções previstas nos anexos da reforma, dificultando a transição e os processos de fiscalização. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) demonstraram que, quanto maiores as exceções, menores os efeitos positivos sobre o PIB, a produtividade e o emprego. Pestana afirmou que a redução das exceções seria melhor para o país.
A simplificação também ajudaria a manter o nível da carga tributária brasileira, que já seria, de longe, a maior entre os países emergentes. Segundo o diretor-executivo da IFI, essa situação é agravada por um “estrangulamento fiscal”, fazendo com que a sociedade e o Congresso Nacional sejam contra qualquer aumento de carga tributária.
O economista afirmou que a alíquota exata do IVA só será conhecida durante o processo de transição, a partir de aspectos como grau de sonegação, de elisão fiscal e do contencioso judicial. A partir daí, será possível buscar um equilíbrio entre o nível da carga tributária e a receita dos entes federados.
[foto] – Para debatedores na CAE, quantidade de exceções dificulta previsão e vai tornar fiscalização mais complexa / Waldemir Barreto/Agência Senado
Revisões
A redução das receitas dos tributos a serem substituídos até 2033 será gradual. Durante esse período, as alíquotas do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) serão revisadas anualmente pelo Senado Federal para que a carga tributária não aumente. A complexidade durante esses dez anos pode aumentar, uma vez que as empresas terão dois sistemas contábeis paralelos.
A reforma tributária prevê dois períodos de transição: um geral, de sete anos, para toda a sociedade brasileira; e outro específico, de 50 anos, para os entes federativos. Segundo o Ministério da Fazenda, durante a transição para o novo modelo tributário, os preços de alguns produtos e serviços poderão cair e outros, subir.
Alessandro Aurélio Caldeira, auditor-chefe da Auditoria Fiscal do Tribunal de Contas da União, explicou que até 31 de outubro de cada ano, até 2032, o Senado vai fixar as alíquotas com base no cálculo do TCU a partir de uma proposta do Poder Executivo.
“A gente pretende acompanhar o desenvolvimento desses sistemas e o desenvolvimento dessa metodologia desde o início, porque o TCU não pode simplesmente esperar o meio do ano que vem e receber essas propostas. E a gente já está nesse movimento de procurar o Poder Executivo, a Receita Federal, para acompanhar toda a construção, desde o início dessa transição”.
Floriano Martins de Sá Neto, do Sindifisco Nacional, explicou que países de economia avançada têm uma baixa tributação sobre o consumo e uma tributação de média para elevada em renda e patrimônio.
“Na hora em que eu começo a tributar renda e patrimônio, eu crio as condições para ter um consumo com uma tributação menor”.
Indústria de multas
A tributarista Susy Gomes Hoffmann defendeu uma unificação das fiscalizações e alertou que, com a complexidade do novo modelo, cada tributo demandará centenas de julgadores administrativos, arriscando a criação de uma indústria de multas.
“A estrutura dual de fiscalização — lançamento e julgamento —, o valor das multas que ficará para o ente fiscalizador, vai trazer uma possibilidade de indústria de multas, porque esse lançamento vai ser julgado com um alto número de julgadores”.
O grupo de trabalho que analisa a regulamentação da reforma tributária deve apresentar o relatório final até 22 de outubro.
[Fonte: Agência Senado]
ACIJS mobiliza áreas de Finanças e Controladoria em novo Núcleo Empresarial
Entidade conta atualmente com 20 Núcleos Empresariais que cumprem papel estratégico para ampliação do networking entre associados e no fortalecimento do associativismo empresarial do município
Especialista aborda, na ACIJS, o papel da liderança em tempos de apagão de mão de obra
Evento, gratuito, é uma das atividades do Programa de Gestão e Vivência Empresarial – PGVE, uma opção de qualificação profissional e de excelência para líderes, empresários e empreendedores
Seminário de Turismo propõe reflexões estratégicas para o fortalecimento do setor em Jaraguá do Sul e região
Em sua sétima edição, evento tem programação com foco em experiências e desenvolvimento regional
Indústria têxtil tem desafios que passam por maior competitividade e ajustes na cadeia produtiva, diz diretor da ABIT
Encontro Empresarial da ACIJS reuniu lideranças e profissionais do setor para discutir os desafios e oportunidades da indústria têxtil no Brasil
BNDES apresenta medidas do Plano Brasil Soberano a empresas da região
A participação no encontro é gratuita e aberta a empresários de todos os setores que buscam conhecer linhas de crédito definidas pelo governo federal no enfrentamento ás tarifas impostas pelo governo dos EUA
Campanha “Dia das Crianças Sustentável” promove troca de brinquedos e livros em Jaraguá do Sul
Iniciativa do Núcleo de Voluntariado Corporativo tem como objetivo promover valores como solidariedade, consciência ambiental e consumo responsável, por meio da troca de brinquedos e livros entre crianças da comunidade