O CVV – Centro de Valorização da Vida, entidade nacional e que é mantido em Jaraguá do Sul pelo GAVI – Grupo de Apoio à Vida, participou da plenária da ACIJS e APEVI no dia 3, quando seus dirigentes fizeram um relato das atividades e apresentaram a campanha Setembro Amarelo. Esta iniciativa é dedicada à prevenção ao suicídio, ocorrência que registra estatísticas preocupantes no mundo inteiro.
Charles da Costa, coordenador do CVV no município, explica que a campanha Setembro Amarelo é realizada no Brasil desde 2015, mas este ano ganhou maior força em Santa Catarina devido à aprovação de projeto de lei que oficializa a campanha e instituiu o Dia Estadual de Prevenção ao Suicídio no Estado. Santa Catarina, segundo as estatísticas, ocupa o segundo lugar nas taxas de óbito dessa natureza no país, superada pelo Rio Grande Sul.
No mundo, mais de 800 mil pessoas cometem suicídio por ano no mundo, representando uma morte a cada 40 segundos. O Brasil é o oitavo país com mais suicídios registrados. Em 2012, foram registrados 11.821 casos, conforme o relatório sobre prevenção ao suicídio da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em setembro de 2015.
O CVV surgiu em São Paulo, na década de 1960, com o objetivo de prestar apoio emocional de maneira gratuita e por meio de voluntário, sendo reconhecida como de Utilidade Pública Federal desde 1973. No Brasil, já soma mais de 3 milhões de atendimentos por ano, prestados por mais de 2.700 voluntários e totalmente sigiloso, em 95 postos espalhados pelo território nacional. “O objetivo principal é ouvir e respeitar quem está buscando alguma ajuda, que muitas vezes é somente ter alguém que possa lhe escutar”, assinala Charles.
Os contatos com o CVV são feitos pessoalmente, pelo telefone 188, às 24h do dia e sem custo nas ligações, ou pelo site www.cvv.org.br, por meio do chat e e-mail. Cerca de 2,4 mil voluntários fazem o serviço de atendimento e ajuda, sem custo e com sigilo absoluto.
Segundo Charles, o suicídio se apresenta como uma epidemia silenciosa, que nos últimos anos teve um crescimento de 40% no número de casos entre brasileiros de 15 anos a 29 anos e considerada a segunda principal causa de mortes nesta faixa etária. Os principais fatores de risco são transtornos mentais e de humor, abuso de álcool e drogas, acúmulo de vícios e crises de diversas naturezas. “Conforme a Organização Mundial de Saúde, 90 por cento dos casos poderiam ser prevenidos. A melhor forma de ajudar é falar sobre o assunto, buscar esclarecimentos, ouvir a pessoa que nos procura de maneira a demonstrar que nos importamos com ela, tratando o assunto de maneira transparente nos meios de comunicação”.
O presidente do GAVI, Isoé Klarke, lembrou que a entidade conta com 22 voluntários e está instalada no município há 13 anos, com sede e atendimento em uma das salas do piso superior da rodoviária. Em 2017, prestou 3.663 atendimentos de apoio emocional e prevenção do suicídio. Explica que o CVV é mantido com o apoio da comunidade, com um custo mensal em torno de R$ 1 mil para manter as despesas e continuar com o trabalho no município e região.