Notícias 17 out, 24

Debates na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado têm acentuado dificuldades na implementação do projeto global. O grupo de trabalho que analisa a regulamentação da reforma tributária deve apresentar o relatório final até o dia 22 de outubro

Exceções na reforma tributária dificultam implementação, afirmam especialistas, no Senado

A alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) poderá ficar entre 26% e 30%, após a implementação da reforma tributária. A previsão é do diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente do Senado, Marcus Pestana, que participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), na terça-feira (15). O valor da alíquota foi um dos pontos debatidos pela durante a audiência, que foi presidida pelo senador Izalci Lucas (PL-DF) e discutiu os impactos da transição e fiscalização da reforma tributária.

Ainda segundo o diretor da IFI, há estudos projetando até 35%, que o colocaria entre os maiores do mundo. O IVA não é um novo imposto, mas como se chama o modelo dos novos tributos criados na reforma tributária — Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) — e os percentuais citados referem-se à carga total. 

“É impossível, hoje, determinar, cravar qual vai ser a alíquota. Quanto maiores forem as exceções, maior a alíquota de referência nacional, maior a complexidade do sistema’, explicou Marcus Pestana, diretor-executivo da IFI.

Ele ressaltou o grande número de exceções previstas nos anexos da reforma, dificultando a transição e os processos de fiscalização. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) demonstraram que, quanto maiores as exceções, menores os efeitos positivos sobre o PIB, a produtividade e o emprego. Pestana afirmou que a redução das exceções seria melhor para o país.

A simplificação também ajudaria a manter o nível da carga tributária brasileira, que já seria, de longe, a maior entre os países emergentes. Segundo o diretor-executivo da IFI, essa situação é agravada por um “estrangulamento fiscal”, fazendo com que a sociedade e o Congresso Nacional sejam contra qualquer aumento de carga tributária. 

O economista afirmou que a alíquota exata do IVA só será conhecida durante o processo de transição, a partir de aspectos como grau de sonegação, de elisão fiscal e do contencioso judicial. A partir daí, será possível buscar um equilíbrio entre o nível da carga tributária e a receita dos entes federados. 

[foto] – Para debatedores na CAE, quantidade de exceções dificulta previsão e vai tornar fiscalização mais complexa / Waldemir Barreto/Agência Senado

Revisões

A redução das receitas dos tributos a serem substituídos até 2033 será gradual. Durante esse período, as alíquotas do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) serão revisadas anualmente pelo Senado Federal para que a carga tributária não aumente. A complexidade durante esses dez anos pode aumentar, uma vez que as empresas terão dois sistemas contábeis paralelos.

A reforma tributária prevê dois períodos de transição: um geral, de sete anos, para toda a sociedade brasileira; e outro específico, de 50 anos, para os entes federativos. Segundo o Ministério da Fazenda, durante a transição para o novo modelo tributário, os preços de alguns produtos e serviços poderão cair e outros, subir. 

Alessandro Aurélio Caldeira, auditor-chefe da Auditoria Fiscal do Tribunal de Contas da União, explicou que até 31 de outubro de cada ano, até 2032, o Senado vai fixar as alíquotas com base no cálculo do TCU a partir de uma proposta do Poder Executivo. 

“A gente pretende acompanhar o desenvolvimento desses sistemas e o desenvolvimento dessa metodologia desde o início, porque o TCU não pode simplesmente esperar o meio do ano que vem e receber essas propostas. E a gente já está nesse movimento de procurar o Poder Executivo, a Receita Federal, para acompanhar toda a construção, desde o início dessa transição”.

Floriano Martins de Sá Neto, do Sindifisco Nacional, explicou que países de economia avançada têm uma baixa tributação sobre o consumo e uma tributação de média para elevada em renda e patrimônio. 

“Na hora em que eu começo a tributar renda e patrimônio, eu crio as condições para ter um consumo com uma tributação menor”.

Indústria de multas

A tributarista Susy Gomes Hoffmann defendeu uma unificação das fiscalizações e alertou que, com a complexidade do novo modelo, cada tributo demandará centenas de julgadores administrativos, arriscando a criação de uma indústria de multas. 

“A estrutura dual de fiscalização — lançamento e julgamento —, o valor das multas que ficará para o ente fiscalizador, vai trazer uma possibilidade de indústria de multas, porque esse lançamento vai ser julgado com um alto número de julgadores”.

O grupo de trabalho que analisa a regulamentação da reforma tributária deve apresentar o relatório final até 22 de outubro.

[Fonte: Agência Senado]



Confira as

Últimas notícias

Planejamento e foco na fidelização de clientes ajudam estratégias de vendas na Black Friday

Muito mais do que descontos e preços baixos, evento tradicional do comércio pode estabelecer relações duradouras entre as empresas do varejo e seus clientes

Exceções na reforma tributária dificultam implementação, afirmam especialistas, no Senado

Debates na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado têm acentuado dificuldades na implementação do projeto global. O grupo de trabalho que analisa a regulamentação da reforma tributária deve apresentar o relatório final até o dia 22 de outubro

Presidente da Abimaq/Sindimaq fala sobre cenários da indústria de máquinas e equipamentos

Liderança do setor apresentará tendências do cenário econômico e as perspectivas para a indústria de máquinas e equipamentos em 2025

Reforma tributária impactará todos os negócios e requer atenção de empresários, alerta especialista contábil

Projeto está no Senado para deliberações finais, mas calendário prevê transição total do atual para novo sistema até 2033

Agenda de atividades dos Núcleos Empresariais ACIJS

Confira as próximas atividades dos Núcleos Empresariais. Participe, para juntos tornarmos o associativismo empresarial ainda mais forte.

Região Norte e Vale do Itapocu se destacam na geração de empregos na indústria catarinense

Região tem demonstrado desempenhos positivos na geração de empregos formais em setores como indústria, comércio e serviços

Projeto de Lei propõe ensino de empreendedorismo na rede pública estadual

Objetivo é oportunizar a jovens em idade escolar acesso a informações sobre economia e finanças, preparando-os para atender as demandas atuais do mercado de trabalho e, ainda, estimular o espírito empreendedor desde cedo

BR-280: trânsito muda para os serviços de finalização na 'nova' Ponte do Portal

Nova travessia, duplicada, é considerada uma das etapas mais importantes para a melhoria da mobilidade regional no trecho estadualizado da rodovia

Painel no dia 14 debate “Conhecimento e Inovação para o Desenvolvimento Comunitário e Sustentável”

Evento especial marca lançamento de livro do diretor do Instituto Cassuli de Estudos Avançados, Gilberto Cassuli

Núcleo de Panificação e Confeitaria inicia parceria com SENAI para formação de profissionais para a região

Primeira turma tem 40 alunos que deverão ser rapidamente absorvidos pelo mercado, mas projeção indica a realização de novos cursos para especialização do setor

whatsapp
You must login to view your message.
Redefinir senha Cadastrar