A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 5,5% para 5% ao ano, em meio, é indicativo de confiança da classe empresarial quanto à retomada do crescimento econômico.
O presidente da ACIJS, Anselmo Luiz Jorge Ramos, avalia que a redução da taxa já era esperada, tendo como parâmetro que a inflação vem apresentando baixas e impondo juros baixos como forma de retomada do consumo.
Segundo ele, a manutenção da taxa Selic apontava para menos de 5% para este ano, o que confirma as expectativas que já vinham sendo traçadas por especialistas para o período, mas não causaria estranheza se chegasse a um índice ainda menor de até 4,5% ao final do ano, uma vez que os índices inflacionários também estão abaixo dos previstos.
“Por outro lado, índices de retomada de produção ainda estão abaixo das expectativas porque havia a perspectiva de um novo momento da economia, mas sem fatos concretos eles ainda não se confirmaram na velocidade desejada em relação ao cenário macroeconômico”, reitera Ramos.
O empresário lembra que a indústria começa a retomada de contratações, com o setor de serviços, mas o comércio ainda está apresentando resistências quanto a novas contratações. “Há sinalizações que estes índices de desempenho da economia a partir do próximo ano sejam mais lineares apontando para cima”, assinala, destacando que a recém aprovada reforma da previdência é outro fator indicativo de mudança dos cenários. Outra evidência é que o índice Bovespa que há um ano registrava um patamar de 25 mil pontos a menos do que se verifica hoje, e continua seguindo com uma expectativa de alta.
Taxa histórica
Com o novo anúncio de redução, a Selic atinge uma nova mínima histórica desde a criação do Copom em 1996. Este foi o terceiro corte seguido de 05,5 ponto e, conforme seu comunicado o comitê indicou que deverá fazer novo corte de igual tamanho em sua próxima reunião, a última deste ano, em 10 e 11 de dezembro. Com isto, os juros devem terminar 2019 em 4,5% ao ano.