A palavra parceria foi unanimidade no I Encontro Estadual de Segurança “SC mais Segura”, realizado nesta terça-feira (11), em Florianópolis. Iniciativa da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC) e da Polícia Militar de Santa Catarina, o evento reuniu cerca de 300 pessoas para discutir os rumos da segurança pública no estado e no Brasil. No evento, as entidades assinaram a primeira carta por uma SC Mais Segura. O documento contém uma série de compromissos das instituições para trabalharem juntas.
Durante o evento, o case de Jaraguá do Sul como uma das cidades mais seguras do Brasil foi apresentado pelo coronel Amarildo Alves, comandante da 12a Região de Polícia Militar, e pelo tenente-coronel Márcio Leandro Reisdorfer, comandante do 14o Batalhão. Entre os fatores que fazem de Jaraguá do Sul uma cidade segura estão a cultura, pertencimento, educação, economia e o associativismo. “A estratégia é uma das aliadas da Polícia Militar, como as grandes operações, as parcerias com instituições, ações nos municípios vizinhos, parceria com a comunidade, “, explicou Reisdorfer.
O presidente da ACIJS e do Centro Empresarial Anselmo Luiz Jorge Ramos ratificou a importância da soma de esforços entre o setor produtivo e as forças de segurança. “Há mais de 20 anos a comunidade de Jaraguá do Sul participa ativamente em favor das instituições de segurança pública, o que tem sido imprescindível para que a cidade alcançasse o resultado mais importante, que é a sensação de segurança fundamental para que tenhamos um lugar melhor para as nossas famílias e um ambiente de negócios favorável para as nossas empresas”. O empresário disse que Jaraguá está ‘de braços abertos para investimentos e com seus muros fechados’, sintetizando a busca de tranquilidade para receber investimentos”.
O presidente da Facisc, Jonny Zulauf, ressaltou como primordial unir esforços para melhorar a segurança. “Discutir o tema, buscar soluções em conjunto e principalmente trabalharmos todos em prol do mesmo objetivo, fará que consigamos combater a criminalidade, aprimorar a segurança digital, de informação, atualizar a legislação processual, para garantir um ambiente mais harmonioso e confiável para nossos negócios e oportunizar o crescimento da competitividade catarinense”.
O governador Carlos Moisés participou da abertura do evento. Ele ressaltou que a Facisc sempre foi uma grande fonte de referência para pautar o Governo. “Os dados que compõem a Cartilha Voz Única foram e são de extrema importância para conhecer as verdadeiras necessidades do Estado, e mais uma vez a entidade colabora promovendo este debate sobre a segurança, que é um tema tão importante”.
O comandante da Polícia Militar de SC e secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Araújo Gomes, falou sobre a importância de andar lado-a-lado com as entidades do setor privado. “Estima que o Brasil perde 6% do PIB por ano com custos de homicídios, sistema prisional, segurança pública, sistema de segurança privada, saúde e seguros. Sabemos que com ações conjuntas podemos planejar, agir e promover mudanças significativas”. Outro ponto destacado pelo Comandante foi a forma como a segurança pública passou a ser gerida. “Estamos trabalhando com Governança na Segurança Pública. Formamos um colegiado com os gestores máximos de cada órgão”, explicou. Entre os objetivos da PMSC estão controlar a criminalidade, reduzir o medo da vitimização e aumentar a confiança na polícia.
O evento reuniu empresários, gestores públicos e lideranças sociais para debater o tema com nomes de referência nacional e internacional. Entre as palestrantes, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, falou sobre segurança pública como instrumento de desenvolvimento econômico social e da competitividade. Para o ministro, o maior prejuízo da falta de segurança é o impacto no turismo. “A violência está diretamente relacionada ao não interesse pelo turismo. o Brasil é o país que menos aproveita o potencial turístico. Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, mostrou que no Rio de Janeiro, a violência provocou queda de R$ 657 milhos nas receitas do turismo fluminense, o montante equivale a 29% do total da perda”.
Custo da violência x custo da oportunidade
O custo da violência X custo da oportunidade foi o tema da palestra do Coronel da Polícia Militar de São Paulo e ex-secretário Nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho. Segundo ele, o custo da violência em 10 anos será R$ 3 trilhões e 600 bilhões de reais. “Além dos valores o custo da violência gera perda de produtividade, com dias perdidos de trabalho, problemas físicos e psicológico das vítimas e dias perdidos para tratamento das vítimas”. Além disso, Vicente destacou as consequências da violência na formação de capital humano e no planejamento empresarial. “A segurança faz parte dos itens a serem pensados. Quando não se tem segurança pública, os gastos em segurança privada aumentam e temos perdas no turismo pela violência”. [Com informações da FACISC]