Economista cita ‘otimismo cauteloso’, e diz que Brasil não deve passar por crise
O bom desempenho externo, com crescimento da balança comercial, controle da inflação e os reflexos da queda de juros internacionais, pode favorecer a economia do Brasil e abrir oportunidades de novos investimentos de capital externo.
O quadro de estabilidade, não deve sofrer a ameaça de uma nova crise no cenário local, mas é preciso que medidas como o ajuste fiscal e o controle de gastos na gestão pública sejam eficazes para que o país melhore sua imagem junto às agências de análises de riscos.
A percepção de que o Brasil pode avançar em um novo período de desenvolvimento marcou a fala do economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, ao definir o momento do Brasil como ‘otimismo cauteloso’, durante o Encontro Empresarial ACIJS, nesta segunda-feira (18), no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul.
A palestra “Perspectivas econômicas para 2024” marcou a retomada da série mensal de encontros que a entidade promove com o propósito de debater temas da conjuntura nacional e estadual, direcionando pautas de interesse do setor produtivo ou alinhadas às demandas da comunidade, como infraestrutura, segurança pública e educação, entre outros temas.
Na análise, Fernando Honorato pontuou aspectos do cenário internacional que de algum modo refletem a realidade brasileira. Segundo ele, o mundo passa por uma desinflação, com causas e efeitos influenciados pelo desempenho de economias mais fortes como a da China e dos Estados Unidos.
>>> Confira imagens da palestra “Perspectivas econômicas para 2024”, com Fernando Honorato Barbosa, que abriu a agenda de Encontros Empresariais da ACIJS no ano – fotos de Caroline Stinghen




Dois pontos foram acentuados pelo economista: o processo de desaceleração de investimentos na China, por conta da crise interna e de endividamento, e a queda de juros nos Estados Unidos, que podem favorecer o Brasil.
“Desde a pandemia, a China vive um processo severo de desaceleração de investimentos, ao mesmo tempo em que produz mais do que consome, vem perdendo crescimento e tem uma dependência por produtos que o Brasil exporta, como grãos e proteína animal, além do aço e do minério de ferro, o que mantém a pauta de exportações ativa. Nos EUA, medidas do Fed podem fazer os juros caírem e com isto o custo do capital também pode ter quedas que favorecem o custo do capital para novos investimentos e a alavancagem de negócios no Brasil”, explica Barbosa.
O economista aponta outros aspectos favoráveis que, retorça, torna o Brasil mais resiliente no cenário global e para o dia a dia no mercado local. Além da balança comercial muito forte graças ao superávit comercial elevado, o país tem uma inflação sob controle e caindo, o que vai permitir que a taxa de juros possa alcançar patamares ainda menores e com isso melhore o crédito e a condição de custo de capital das empresas.
“Isto traz um otimismo cauteloso para o Brasil no período 2024-2025. O Brasil consegue manter um ritmo forte de exportações que assegura um fluxo de dólares nos próximos anos e evita crises maiores. A solidez das contas externas vai ter implicações relevantes para a economia que já começa a se materializar e vai se intensificar nos próximos meses”.
Outro indicativo positivo, assinala Fernando Barbosa, vem da produção de petróleo, onde o Brasil deve se tornar o terceiro maior produtor de petróleo entre os países membros da Opep ainda nesta década. Mesmo com a influência do conflito entre Rússia e Ucrânia, o país alcançará competitividade porque por algum tempo o mundo dependerá deste insumo energético, e isto possibilitará um fluxo relevante de dólares.
“A situação estável da economia brasileira, com taxa de juros menores, controle da inflação, crescimento da atividade industrial gerando maior empregabilidade e o desempenho da balança comercial, farão com que as agências de análise de riscos melhorem a percepção em relação ao país, dando uma segurança e possibilidades para pelo menos uma década de bons ventos externos”.
Fernando Barbosa reforça ainda que as reformas previdenciária e trabalhista, entre outras medidas, trouxeram resultados positivos e o crescimento da arrecadação, fortaleceram o PIB, mas lembra que ainda é preciso que o governo seja eficiente nas regras fiscais. Uma questão importante é a necessidade de que se tenha uma reforma administrativa capaz de promover maior eficiência da gestão pública e não necessariamente a economia de recursos que podem ser usados em investimentos. “A velocidade com que o governo faz o ajuste fiscal é um risco”, reitera. “O Brasil vive um déficit primário muito grande, e a demora para resolver esta questão pode trazer problemas, mas é improvável uma crise enquanto o desempenho da indústria e do agronegócio, principalmente, se mantiverem fortes”.
O Encontro Empresarial da ACIJS tem o patrocínio do Sicoob CEJASCred e Unimed.

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