Notícias 05 jul, 24

Indústria nacional tem potencial para ser protagonista, mas a inovação tecnológica e maior adesão a projetos de infraestrutura industrial dependem de incentivos, dizem especialistas

Competitividade industrial e expansão da mobilidade dependem de mais avanços nas políticas públicas

Evento realizado pela FIESC com apoio da ACIJS, a Jornada Radar Reinvenção teve etapa em Jaraguá do Sul nesta quinta-feira, reunindo especialistas e representantes do setor produtivo em torno do tema “Infraestrutura e mobilidade’             

Assumir uma posição de protagonismo mundial na mobilidade sustentável é um caminho possível para o Brasil. Mas para isso, o país precisa pensar em políticas públicas e financiamento para ampliar o desenvolvimento de soluções tecnológicas e incentivar a adesão a produtos e projetos mais sustentáveis, com foco na descarbonização. A avaliação é dos especialistas que participaram da terceira etapa da jornada Radar Reinvenção, que ocorreu nesta quinta-feira (4) no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul.

Atualmente, o país já tem soluções prontas e viáveis para reduzir significativamente a pegada de carbono e tornar a mobilidade – seja ela de pessoas ou de cargas – mais sustentável. Para o diretor de inovação e competitividade da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), José Eduardo Fiates, precisamos avançar onde temos vantagens competitivas. “A energia e a sustentabilidade, onde temos escala, tamanho e desafios a serem enfrentados, precisam estar no foco da atenção e das políticas públicas”, destacou.

>>> Confira momentos do Radar Reinvenção, organizado pela FIESC no Centro Empresarial
Fotos: Vande Leithold (FIESC) / Caroline Stinghen (ACIJS)

O diretor de pesquisa da Tupy, André Ferrarese, salientou que o país pode aproveitar sua matriz energética e seu potencial para liderar projetos de transição energética. Ele destaca que neste período de transição, a adoção de tecnologias já existentes e combustíveis fósseis de menor intensidade de carbono e os blends (ou mistura de combustíveis) já contribuem para a redução das emissões da frota de veículos. Combinados com uso dos biocombustíveis – área em que o Brasil tem expertise – é possível fazer grandes mudanças sem a necessidade de grandes revoluções tecnológicas. 

Para o diretor de e-Mobility da WEG, Valter Luiz Knihs, a eletrificação de veículos e máquinas e equipamentos agrícolas é uma alternativa rápida e viável, já que a tecnologia já existe. “As soluções elétricas são as mais eficientes, já que aproveitam 95% da energia que produzem. E nesse período de transição, ainda vai haver espaço para outros combustíveis”, destacou.

Segundo a diretora executiva da Eletra, Iêda Maria Oliveira, é necessário ampliar as políticas públicas de incentivo à adoção dessas tecnologias já existentes e capazes de trazer reduções significativas nas emissões. “A solução é a combinação de tecnologias, dando ao consumidor a opção de escolher o que mais se adapta a sua necessidade”, afirmou. Favorecer a indústria nacional, de forma a evitar a desindustrialização do setor, também deveria ser foco dessas políticas, na avaliação da executiva.

Para os especialistas, a substituição de motores da frota atual, especialmente nos veículos pesados, seria uma solução viável para o período da transição energética. Mas para isso, seriam necessários incentivos, uma vez que para os novos veículos já existem iniciativas. 

Sustentabilidade em modais aéreo e aquático vai além de novos combustíveis

O evento trouxe ainda experiências mostrando que o objetivo de reduzir emissões de gases do efeito estufa não se limita ao modal rodoviário. Estaleiros e fabricantes de aeronaves também possuem iniciativas para contribuir com a descarbonização do setor de transportes, como demonstraram executivos da Detroit Brasil e Okean Yatchs, e da Embraer-X, braço da fabricante de aeronaves brasileira para investimento em projetos inovadores.

Inovações em novos motores e sistemas de propulsão elétricos são a aposta da Detroit, que fabrica embarcações de trabalho como rebocadores e barcos de apoio para plataformas de petróleo, segundo Juliano Zimmermann de Freitas, CFO do grupo. “A eletrificação é a melhor opção hoje, porque já existe a tecnologia disponível. O motor elétrico já existe”, explica. 

Para Roberto Paião, CEO da Okean Yachts, mesmo sem desenvolver novos materiais, é possível reduzir a pegada de carbono na construção de embarcações. Ele destacou a iniciativa da empresa, que, a pedido de um cliente, aceitou o desafio de construir um barco reduzindo em 15% as emissões. “Usando apenas soluções e materiais já existentes e conseguimos cumprir a meta de 15% de redução”. Paião explica que a iniciativa acabou motivando toda a empresa a buscar soluções para a descarbonização das atividades. 

Marco Aurélio Cesarino, co-fundador da Embraer-X, explica que entre as iniciativas inovadoras da empresa está o investimento em uma aeronave autônoma de propulsão elétrica como solução para mobilidade aérea urbana (eVTOL). Ele destaca, contudo, que a abordagem leva em conta todo o ecossistema e a infraestrutura necessários para os voos de eVTOL, como o desenvolvimento de serviços e soluções operacionais de suporte aos clientes e uma solução de software para gerenciamento de tráfego aéreo.

Temas alinhados com as agendas de entidades regionais

Caroline Obenaus Cani, presidente da ACIJS e do Centro Empresarial saudou os participantes da Jornada Radar Reinvenção, destacando a importância da inclusão de Jaraguá na programação que a FIESC realiza em todo o estado.

“Somos um polo industrial de grande relevância para a economia não só catarinense, mas também em se tratando de Brasil, e questões como a melhor infraestrutura, o aprimoramento da nossa logística e da nossa mobilidade, são cada vez mais determinantes para que as nossas empresas se tornem cada vez mais competitivas e geradoras de riquezas”, enfatizou.

O vice-presidente regional da FIESC no Vale do Itapocu, Célio  Bayer, lembrou a importância da descentralização das edições do Radar Pocket realizados em todo o estado que, segundo ele, permite aproximar as regiões vocacionadas com as agendas temáticas. (Com informações da FIESC)



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