O anúncio de corte no orçamento em infraestrutura, anunciado pelo governo federal, também encontrou reação contrária da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS).
A exemplo de entidades do setor produtivo, como a FIESC e a FACISC, para a ACIJS, a decisão de suprimir os recursos em R$ 400 milhões traz sérios riscos a projetos importantes para o desenvolvimento de Santa Catarina. A entidade que representa a classe empresarial de Jaraguá, que tem se destacado na articulação por investimentos na malha rodoviária, especialmente a que corta a região Norte-Nordeste do estado, demonstrou preocupação quanto ao andamento principalmente da duplicação da BR-280.
Para a diretoria da ACIJS, as lideranças devem se mobilizar firmemente junto à bancada catarinense no Congresso para que o projeto tenha assegurados os recursos. Um dos pontos prioritários, avalia a entidade, é quanto aos trechos em execução adiantada. É o caso do lote 2.1, com 14 quilômetros entre o entroncamento com a BR-101 e Guaramirim. Com 81% das obras concluídas, a expectativa é de finalização até o final deste ano ou início de 2026.

>> Trecho da rodovia federal em fase de duplicação / DNIT
FIESC e FACISC dizem que corte compromete crescimento econômico
Segundo o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, o anúncio traz frustração à indústria catarinense. “A medida prejudica nossa logística, nossa competitividade e, inclusive, nossa capacidade de seguir contribuindo para o desenvolvimento nacional, já que a precária situação de nossas rodovias aumenta nossos custos de produção, além de elevar a insegurança e colocar em risco a vida dos catarinenses”, acrescenta.
A FIESC também alerta para a necessidade de mobilização política para que as obras em curso possam prosseguir no ritmo necessário. Uma frente de atuação é assegurar a aplicação dos cerca de R$ 200 milhões de restos a pagar de períodos anteriores, que podem se somar aos R$ 600 milhões aprovados para o DNIT este ano. “Também é essencial que os nossos parlamentares complementam o valor orçado com recursos das emendas individuais e coletivas”, completa Aguiar.
O presidente da FACISC, Elson Otto, observa que o corte de R$ 400 milhões em 2025 vai resultar na perda de receita e oportunidades para o estado”. “Infraestrutura não é um gasto, é um alicerce econômico”, afirma.
Em notas divulgadas nesta quinta-feira, as entidades lembram que Santa Catarina ocupa a 5ª posição no país em termos de arrecadação de impostos, mas figura apenas em 16º lugar no que se refere a transferências do governo federal. Esse descompasso, entre o que o estado contribui e o que recebe, demonstra preocupação com a infraestrutura catarinense.